n° de visitantes

Leitores

sexta-feira, 14 de junho de 2013

às quinze e pouca





No meio do dia você chega como quem não quer nada e fica por alguns segundos. É a minha imaginação dando corda para o silêncio. Não posso me calar, não fazer ou desajustar o ritmo da rotina que logo você aparece como um suspiro da vez. Nós estamos brigados por um meio motivo. Nem um motivo inteiro foi. Mas estamos sem conversar por algumas longas e extensas horas que insistem em martelar esse vazio das 15h. Porque às quinze ainda não tem café fresco. Não tem seriado bom passando na tv. Não tem caixa de e-mail lotada. Não tem sessão legendada no shopping. Não tem livro que ocupe todos os segundos das quinze horas. Não tem. Tudo existe, tudo acontece mas nada ocupa de fato. Enquanto eu busco a distância para evitar sair do eixo, você se aproxima como uma inspiração; me faz escrever esse texto, me deixa muda, me tira as más lembranças e eu viro saudade. Como se eu pudesse, de fato, ser. E sou. Hoje, você veio no meio do dia e ficou. 

Nenhum comentário: