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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Sentir o tempo


Acredito naquilo que sinto. Porém, sentir não faço mais. Ousando, uso o verbo e deixo o tempo aparar as beradas descosturadas. Fosse amar um sentimento, a dor nunca seria terna. E as manhãs tão escuras e nubladas. Frias, como os dias que enterram o tempo e descosturam o sentir.

Pensei naquilo que vejo. "Ver / dá / ver / tigem" já sabia Arnaldo antes de ser Antunes. E estava certo como eu estou em te pedir um reflexo para te ver em mim. Só um reflexo. Uma (ver-ti)gem. Meu sexto sentido expirou. Capatar emoções tem sido peneirar. Tirar o sumo devolver o estrume. Ficar sem nada.

Encontrei por entre as entranhas mil formas de obedecer os muros da vida. Seguir a linha e mirar bem o alvo. Atirar. Esperar, talvez. Sempre há um desafio ou uma ilusão. Desafio é se encontrar. Ilusão se perder. Vou onde quero sem pensar que posso. Mesmo podendo. Obecendo e ousando.

E querer alguém, qualquer alguém, é ser um reflexo de si mesmo. Porque querer vai além de sentir ou tornar algo em passo. Firme, estou. Desatada do nó que segura al'minha nua que sempre foi sua.

Invisto. Em vista daquilo que me proporciona o sentir. Apesar do tempo ou desafio.

Um comentário:

Rafael disse...

"Fosse amor um sentimento, a dor nunca seria terna." Linkei isso direto com o post de uma amiga, elandia, que é assim:

"Tenho um amor que é real e imaginário.
Tão nítido e vivo, que corre e escorre
como forte chuva molhando as cidades;
derrubando casas,alagando mundos.
Fazendo rios sangrarem.

Provocando homicídios,suicídios, mortes em grande escala.
Desaguando vida,beleza e paz.
Purificando o mundo.
limpando passados,encharcando o presente e impulsionando o futuro.

Tenho um amor que é feito chuva: Traz vida e mata!"