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sexta-feira, 14 de junho de 2013

A pisciana e o Virgem





Se eu pudesse te imprimir eu te colava aqui no meu quadro de inspirações. Pra ficar te admirando junto a essa música que está rolando agora. Com toda essa nostalgia dos anos 90. Como as noventa vezes que imaginei como seria o amor da minha vida quando criança. Se ele vestiria esse azul desbotado da sua camisa ou se ele a usaria por dentro da calça. 

Aí você me aparece com esse sorriso sério. É. Um sorriso tão sério que faz minha piração parar para respirar. E rezar. E ser. 

Se eu pudesse eu te salvaria em todos os formatos. Conectava todos os sentimentos do mundo só para te deixar mais perto. Se eu pudesse eu aliviava toda essa distância que insiste em acontecer. Mas eu não posso. Então eu te vejo. Vejo e não toco. Vejo e imagino. Vejo e escrevo. Para nos aproximar. Para eternizar o instante. Prever o futuro. Amadurecer a ideia. Estar e ser. 

Se eu pudesse moraria dentro do seu abraço. Junto com os seus gatos. Perto do Hadi. Longe de todo esse caos que é viver sem dar a mão ao amor. Eu, meus livros e suas músicas velhas. Sua mania de colocar amendoim em tudo. Seu jeito fogo-baixo de cozinhar. Sua calma e sua paciência rindo do meu desespero de quem esbarra e quebra tudo.

Se eu pudesse viajar o mundo eu te levaria comigo. 

Se eu pudesse, na verdade, eu não mudaria nada. Porque eu não quero modificar o infinito que a gente habita. Noventa vezes: você. Porque eu sou difícil, falo o que penso sem rebeldia, imagino mundos e o meu vôo é alto. Mas nossa afinidade é familiar. Você é muito melhor do que eu. E ainda consegue colocar rumo onde eu só enxergo estrelas. 


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