Eu pinto as unhas de azul. Compro roupas, jóias baratas e viajo para suportar o tédio. Para viver o sufoco ou vestir o tempo. Mas não escrevo para aguentar o fútil. Escrevo porque mesmo com a mudança das cores, das vitrines, dos slogans e da faxada da vida, você consegue permanecer perto de mim.
Dentro de cada frasco de esmalte comum lá está você. No celular, no aplicativo, nas ruas, dentro do vidro de perfume novo. Você está lá todo imponente. Lindo. Durão. Como se estivesse me vigiando ao lado de Deus.
Mas no fundo, eu sei que você não está em lugar algum. E nem ao menos me vigiando de longe. você não sabe me ver como quem esconde um pedaço de chocolate no fundo do armário. Você não. Mas Deus está me vendo. Me olhando sério e guardando no pensando suas palavras desconfiadas.
Ele me vê e pensa: ''É amor. Essa minha filha ama sem limitações. Sem refrão. Sem música. Sem poesia. Sem alma. E quando ama tudo que está por perto vive. Mas eu não posso falar pra ela aquilo que eu não posso mudar.''
Porque, apesar das cores e estações coloridas pela moda, Deus sabe que amor é coisa de quem ama. Mudar os fato? Não. Ele vai me dar, de conselho, outra estação.
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