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quinta-feira, 17 de junho de 2010

morada



Tentou avistar um esconderijo mas não pôde. Um senhor de barba branca avisou antes, não é muito seguro, pode ser raro. Mas aconteceu ali a impossibilidade do todo. Como não pudera cometer o melhor dos sentidos quando vividos? Havia de ser paz. Moradia de instantes breves e um viver que salva. Talvez se não fosse poeta ela teria acelerado os passos. Nenhum tempo sobre os pensamentos habitaria e tudo permaneceria intacto.
Afinal, porque tanto olha para dentro? Se ele que morara logo tão perto não saberia porque, ela de curiosa que só, nunca saberia dizer. É coisa de gente que sabe, entende senhor? Ele parecera meio indignado, não entendeu resposta se quer. Ficou a olhar a cara meio pálida que a encarava desentendida. Acho que foi um súbito desejo de alegria. Como se olhar fosse bastante. Um entendimento de quem não sabe. Um amanhecer para dentro. Bem assim, como o senhor e sua barba. Caro Senhor, a gente não diz com palavras, a gente encosta a vida no muro e tira um cochilo.
Aquele gato logo ali, está como o senhor, com esse olhar de quem já vira tudo e não contara, com ar de bem vivido, desconsolado. Pudera, viver de esconderijos... Quando entardecer hei de voltar com a curiosidade dentro daquela casa. Caminhar pelo inusitado que me consola. O senhor há de ir acompanhando até a fachada como bom moço que é nem que seja para ampliar estórias dessa sua cabeça pura. Dessa minha cabeça maluca. Entrar e ver de dentro pra fora.
Ele sorriu aceitando.

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