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segunda-feira, 28 de abril de 2008

No banco

Algo estava apertando o cadarço da minha alma frouxa. Sufocando os ânimos e escondendo as mãos. Doía. Menos de um mês e eu estaria refeita, tenho (breve) certeza. E não precisei desse tempo mal formulado. A corda desatou e eu respirei. Enchi os pulmões e consegui me libertar. Acontece que eu tenho tudo demais. Principalmente vontade. Vontade demais!!! E aí a carne ferve. Queima e rema pro lado oposto. O lado vermelhinho d’alma. O coração.

Não gosto de saber que conheço o amor. E todas suas falhas e armas. Não gosto. Confesso que cheguei bem perto de conversar com o cor/ação. Mas freei. Tudo que pode ser lindo não deve ter banalização. Eu não vou banalizar, mas amar é falta de ar. Não perco o ar fácil. E a corda, já estava no meu pescoço bem laçada.

Ilusório ou real. Eu estava lá. E ainda, sentada. Esperando uma frase. Um gesto. Um beijo.Eu não deveria esperar. Eu nunca espero. Levo minha força até a fonte desaguar. E ela secou.Contudo já estava palpitando e suando. Frio. (como no passado só). Escuro e áspero. Mas esse estava empoeirado. E eu não tiro pó. Conduzo e visto o trapo do amor como uma camisa do time.Só quando quero jogar.

Vieram muitas frases. Sentidos e olhares desnudos. Houve até um toque. Desses de merendeira. Eu estava ridícula. Quase uma criança entrando em crise. Gosto de me sentir criança. Outrora, naquele banco, eu era bem mais que mulher.

Mulher investida pra viver. E atrevida para dizer. Fui logo dando prosa e a vontade foi costurando a gente. Lembrei que já costurei muito meu coração. Ainda sim, não parei. Deixei os caminhos coloridos e me senti abraçada por um pai.Que eu queria, em tamanho egoísmo, só para mim. Para ser um intruso não pai.

Voeeei. E pousei leve no mármore do banco. Assisti a cena como um condor. Arriscaria um palpite, quem sabe, um céu para vocês. Foi só um pio.


4 comentários:

Duda Bandit disse...

passando depois de tanto tempo... e adorando.

Anônimo disse...

que lindo texto... levezinho esse... Vc vai da leveza ao sufocante em poucas linhas. Vc devia explorar mais esse seu lado. Uma prosa mais ousada, que vai do sagrado ao profano em varios momentos.


Vc continua escrevendo mto mto mto bem! Bjos minha lindeza

Anônimo disse...

que lindo texto... levezinho esse... Vc vai da leveza ao sufocante em poucas linhas. Vc devia explorar mais esse seu lado. Uma prosa mais ousada, que vai do sagrado ao profano em varios momentos.


Vc continua escrevendo mto mto mto bem! Bjos minha lindeza

Rafael disse...

Tocou...e retocou meu dia, por hoje.

:-)