n° de visitantes

Leitores

terça-feira, 24 de maio de 2011

como nascem as tendências

Anunciar um texto é coisa antiquada. Está fora de moda as cores da moda. O cheiro do perfume francês. É arcaico usar as palavras que se rimam. Por isso também é deselegante falar a verdade. Tudo - e todos - estão caretas. Em desuso constante.

Retrógrado, nesse século, é viver o que a gente quer de fato.

Em um mundo de pessoas que parecem viver desejos fabricados em série parece que a originalidade quer gritar. O hamburguer que antes todos comiam, hoje já pode ser substituído por aquele outro que é feito do jeito que você quiser. Com quantas carnes e queijos forem desejados. As cores das blusas e sapatos se inventam para agradar as estações. Azul-piscina, rosa-bebê, melancia? Agora é salmon, nude, degrade.

Mas o que antes as pessoas usariam uns iguais aos outros hoje não tem tanto apreço. As pessoas querem comprar aquilo que é extraordinário. Único. Feito sob medida. Aquilo que pode ser invejável. Porque usar aquilo que o outro não tem agora virou moda. Você deve estar se perguntando se isso é possível. Claro. Basta olhar nas ruas. Nos bares. Nos shoppings. Até que... o original muda sua versão para: tendência.
Nós lançamos tendência a cada instante. Em cada embaraço de moda que inventamos para sermos mais atraentes. Para ficarmos mais bonitos, elegantes, autênticos. Para sermos melhores. Porque a capa que nos veste tem boca e fala por si só. Agora, é tempo de invenção: mudar a frequência, a paciência, a performance, a ousadia. Já que o que vêm por aí é a (boa?) e velha moda de sempre. Que nos veste dia-a-dia sem dizer: ''Posso?''

Não adianta inventar um padrão de regras e belezas para seguir porque ele já foi criado desde os povos mais antigos. Desde as mulheres mais consumistas (nós). Desde a fama que o dinheiro ganhou a partir da sua pré existência no mundo pós feudal. O que nos resta é consumir. Sem culpa, afinal, isso é bobagem para quem entende que tendência é apenas ser você mesmo uma vida inteira. Independente das nossas dependências.


Retrógrado, nesse século, você só vai ser caso não siga a suas vontades.










Um comentário:

Lucas Moreira disse...

Gostei do texto! Realmente os padrões a serem seguidos já foram há tmepos estipulados. Acaba que vamos nesta maré, levados pela (in)sensatez, sem medo nem culpa. Ser autêntico é legal, até que todos se tornem autênticos e então é lançada uma nova tendência...

E por aí vamos, vivendo e vivenciando, sendo protagonistas e expectadores...

Parabéns pelo texto!!!