Quando eu não puder ser mais menina eu vou pedir e desejar ser avó. Usar óculos para ver a cabeleira cair. Encostar os braços sobre o mármore para descansar e encostar junto meus problemas. Acordar cedo e não me sentir atrapalhada com a rotina. Ser uma avó com uma casa com cheio de avó. Poder olhar em cima dos óculos para as crianças com meus olhos correndo pela casa. Quando eu puder ser mãe duas vezes vou entender como o tempo entende a gente e a gente não entende ele. Vou compreender a maneira com que a vida me empresta as palavras para escrever ao invés de dizer. Vou me apaixonar por mim mais uma vez e plantar beijo nos corredores. Vou olhar pro meu pé tatuado e rir. Quero ser uma avó gordinha. Branquinha. Chatinha. Com as mãos enrugadas por ter escrito uma vida inteira. Eu quero muito ser como as minhas avós são. Saber por onde andei e com quem me dei. Lembrar com carinho cada fragmento vivido se até lá a memória eu não tiver perdido. Ver a samambaia descer e o coração se encher.
Deixar no batom a marca da boca.
Deixar no batom a marca da boca.
2 comentários:
Helena, que homenagem linda mais linda! Certa vez eu fiz um texto para homenagear a minha avó paterna. Foi em um dia que a saudade apertou demais. Não a tenho mais. Faz muita falta mesmo. Foi bom ler o seu texto. Bateu um saudosismo gostoso. Parabéns!
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Convido-te ao http://jefhcardoso.blogspot.com
Helena, que homenagem linda mais linda! Certa vez eu fiz um texto para homenagear a minha avó paterna. Foi em um dia que a saudade apertou demais. Não a tenho mais. Faz muita falta mesmo. Foi bom ler o seu texto. Bateu um saudosismo gostoso. Parabéns!
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
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