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domingo, 1 de março de 2009

Somente



Há quem goste da solidão. E existe quem convive com ela. Eu sinto o tédio corroer as veias quando estou na sombra da solidão. Perco de vista os olhos que me guiam e pareço um pássaro sem ninho quando ela chega. Dois dias inteiros e eu me refaço. Desenho o futuro na gaveta. Engulo a chave e abro a porta. Vôo. Parece absurdo pensar nessa desarmonia de ser a vida toda, alguém. De que vale a pena ser? Não vale nada. Quanto mais ser só. Não existe moradia e amor quando não se tem convivência. Digo, moradia como habitar. Amor, quando nos falta um pouco da gente. Surge a falta que só se supre com a falta da falta. Que importa o sentido da passagem? Já passou... E a gente nem viu. Bom mesmo é entender o caos pra poder manuseá-lo. Não adianta apagar a luz e não ver. A imaginação arranha e quem é só sabe bem o medo que a escuridão pode trazer. Melhor então ser a melhor companhia da nossa razão. Absorver a luz da vida. Ser ao invés de ter. Há quem, como eu, se sinta bem com suspiro quente ao pé do ouvido. Um suspiro...

Um comentário:

Brener Alexandre disse...

Prefiro as Palavras de Sartre: " O inferno são os outros" e a bem dizer que toda relação é uma ilusão, uma prisão que nos torna fracos, que nos torna mediocres. Que tolhe nossa liberdade, ainda que que a liberdade seja a maior das ilusões que um homem pode experiênciar.
A verdade é que o ser humano é tão hipocrita que ele inventou o amor para projetar no outro o afeto de si mesmo, o outro é um espelho que reflete o meu egoismo face o medo da morte, face o medo da noite escura.
face o medo do incerto.
A solidão é a fortaleza daqueles que buscam ao menos uma morte digna ainda que em vida, ao invés de se venderem a qualquer ilusão, qualquer narcótico que se apresente com promessas de Felicidade...