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domingo, 30 de março de 2008

Nas madrugadas


Foi na madrugada. Falei como quem tem alguém para ouvir. E só eu estava. Pensando e lendo meus próprios desejos mal formatados. A madrugada pode ser áspera ou morna para quem não escreve. Mas minha vida fica curta sem as madrugadas.
Instabilidade emocional sempre vem com o pé na porta. E eu sempre tento chegar com a mão na maçaneta. O que me faz levantar da cama e fechar a porta para a instabilidade não entrar é a razão.
Minha razão acorda no meio da noite, pensa, olha para a luz e levanta. Sempre levanta. E mesmo com sono a insônia escreve leve ou não. É quase indiferente quando a interrogação não martela os miolos pensaaaaaaaaaantes. Interrogação pode não ter razão. E a minha interrogação não escreve. Incomoda. A ponto de fazer doer quem estiver por perto vendo meu sangue correr pelas veias quentes. Que pulsam sem saber porque. Que me fazem escrever. Que me fazem esquecer. E que não me deixam dormir quando cutuca as centrais e atiçam as lembranças e os instintos. Volto, deito e vejo a luz ofuscar de novo. A luz que não ilumina minhas mini idéias. Que eu mesma odeio. Coração que conversa com a razão perde um pouco da sua cor. Porque estuda filosofia. Esse coração serve para mim. Mas não mata minha sede. Nem atiça minha fome. Apenas leva e trás sangue. Quem perde tempo de sonhar na madrugada para entender o próprio EU lapida seu mundo. Mais tarde poderá escolher as músicas para tocarem sem pausas. É preciso fé em si e admiração de bons passos para se seguir sorrindo. Para seguir, indo. E não parar quando for o fim. Boas madrugadas me valem. Inspiradas ou não, elas me valem. O tempo que perderia sonhando, faço cálculos para o sucesso. O tempo que perderia tentando, tentando, tentando, escrevo. Por que assim, tento comigo acelerar o domingo e ritmar a segunda. De acordo com o meu modelo. Ao invés de esperar que a semana comece com o sol virado para mim.

2 comentários:

Rafael disse...

As madrugadas também são meus ensaios...Sei que errar é inevitável se somos humanos, mas pra não errar tanto, erro nos rascunhos, nos borrões, e na poesia...
E são esses ensaios, que me vem sobressaindo como a grande diferença...

Engraçado, Srta., que ontem ensaiei,mas faltava algo que não consegui compor...e hoje, te lendo, tomo emprestado um verso...desses teus que me andam tocando...

Caos e Letras disse...

Identificação total. TAmbém acordo na madrugada com o trânsito de idéias congestionado. E escrever é um exercício no qual o escritor se alivia, ao menos por uma noite, do peso do mundo.

Parabéns pela habilidade ao lidar com as palavras. Anota meu msn (eduardoasabino@hotmail.com, temos muito o que conversar. Eu e um amigo poeta estamos tentando unir escritores de BH e região (os realmente talentosos, para lançar algum projeto, ou movimento literário, ou algo do tipo. bjs